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Sobre os tapetes, os primeiros espectadores do Projeto Grama |
Acima, o primeiro público da primeira edição do Projeto... Esses três tapetes coloridos, que definem mais ou menos onde começa o público e termina o palco, têm recebido crianças das mais diversas idades. Quando começamos, não tínhamos muita certeza sobre a freqüência do público naquele espaço. Hoje, ao divulgar o projeto em condomínios, escolas, ruas e estabelecimentos comercias de Santa Rosa e adjacências, muitos já se identificam: "Ih! Que bom! Vou lá todos os meses e levo meus filhos... Adoro!"; ou ainda: "Esse projeto é muito legal, quero apoiar vocês!"
E por lá estamos nós, comemorando um ano de tapete, que tem assumido outros formatos...
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Para contar Chapeuzinho Vermelho, pensamos em nos cercar da platéia. Em cena, Eliana Lugatti (ao fundo) e Rachel Palmeirim. |
Tudo depende da necessidade criativa dos artistas envolvidos. Afinal, é do nosso interesse continuar investigando as possibilidades de diálogo com o público, para que as histórias sejam contadas junto com ele.
Um ano de tapete, significa também 12 meses de produção ininterrupta, buscando o diálogo com a comunidade local, que tem tratado com carinho o projeto. Importante ressaltar, que, ainda que tenhamos alguns apoios, o que conseguimos ainda não é o suficiente para produzir melhor o Grama. Portanto, divulguem, venham, sugiram e sejam bem vindos aos nossos tapetes, sempre dispostos a receber mais um tripulante em sua viagem.
Por falar nisso, um dos espectadores que esteve presente na edição do mês de Fevereiro, onde apresentamos
O Flautista Mágico, inspirado pelo movimento ocorrido na praça, nos presenteou com um poema em homenagem à peça. Quem esteve lá verá nos versos o enredo da história:
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Gueri-Gueri (Pablo Harduin) e Biro-biro (Reynaldo Dutra), dois moradores de rua que invadiram o Largo do Marrão , para contar a história do flautista mágico. |
O FLAUTISTA DE HAMELIN
(Edson Amaro)
A cidade por ratos invadida,
Por roedores a pólis foi tomada,
Infestados os lares e a morada
Dos heróis esquecidos pela vida.
Sem que solução o Rey decida
Ante a plebe que urra revoltada,
Um estrangeiro de pátria ignorada
Promete-lhes a peste removida.
A flauta conduzindo a rataria
Nas águas realiza tal matança
Que a turba agradecida o aplaude.
O Rey porém pagando-lhe com fraude
Não imagina a vingança que viria
Sem soar um só grito de criança.
(25/02/2013)
Juntamente com os versos, Edson, que é professor da rede pública de ensino, nos deixou um depoimento, onde ele diz, em outras palavras, que se admirou em ver tantas crianças e adultos envolvidos com a encenação. Ele e tantas outras pessoas nos questionam: como tocar essas crianças que parecem só ter olhos para os jogos eletrônicos, os desenhos animados ou para as telenovelas? Talvez, o investimento sobre uma cena que quer dialogar aqui e agora com o espectador, com seus anseios, suas possibilidades, utilizando a história como meio para fazer pensar e imaginar, seja um ingrediente fundamental para o surgimento de uma percepção mais atenta e criativa.
Esperamos você para nosso aniversário, onde apresentaremos a história (que é a mesma mas sempre diferente) de RAPUNZEL... em breve postaremos o nosso e-flyer.