Sobre o projeto






      GRAMA – lugar de onde se vê, é um evento mensal para ser feito gratuitamente, inicialmente  na praça de Santa Rosa (bairro onde se localiza nossa sede),  onde serão apresentados ao longo do ano contação de histórias, teatro de fantoches, peças e cenas curtas (esquetes). Como ocorre ao ar livre, caso chova, o evento é transferido para a semana seguinte.

        Ao levar diversas atividades para o espaço da praça, que contemplam formas múltiplas de se enxergar a linguagem teatral e seus desdobramentos, acreditamos contribuir para o processo de divulgação e popularização de nossa arte, ainda tão relegada às salas de espetáculos, tão pouco freqüentadas pelo público que, em geral, desconhece ou rejeita a experiência de contemplar uma obra de arte cênica.

     A ocupação do espaço de praças da cidade é outra iniciativa do grupo que, decorrente inclusive de pesquisas acadêmicas e de observações rotineiras, percebeu o quão falho ainda é o sistema de atividades constantes nos espaços públicos de Niterói, principalmente nas praças, que são criadas com objetivo de promover a convivência entre os moradores locais.

         Há alguns anos nossa companhia vem investigando as possibilidades de aproximação com a comunidade onde está sediada (Bairros do Cubango/Santa Rosa) e com o município de Niterói como um todo. Percebemos, ao longo de nossas experiências, o quanto a grande parte da população, principalmente aquela que, por diversas razões, não tem acesso a certos bens culturais, se mantém alienada das atividades artistas e educacionais de sua própria cidade.  Os motivos apontados são diversos, mas se destacam nos depoimentos que ouvimos de espectadores: o valor do ingresso e a falta de tempo para este tipo de entretenimento[1]. Ao oferecer gratuitamente e próximo de suas moradias atrações culturais minimizamos esta linha que separa o espectador da arte.

               Aliado a isso, observamos no município uma tendência à utilização exclusiva de salas convencionais de espetáculos, por parte dos artistas locais, onde são cobrados ingressos com valores elevados e onde muitas vezes não encontramos as devidas condições para apresentarmos nossos trabalhos. Acreditamos que o artista deve mesmo ir onde o público está, para que então haja a recíproca: com o tempo a platéia para o teatro se forma e vai em busca de maiores experiências nesse sentido.


[1] PALMEIRIM, Rachel. Monografia: Teatro de Rua em Niterói – Descobrindo o teatro e suas potencialidades nos caminhos e praças da cidade. Universidade Federal Fluminense – Produção Cultural. 2011. P.91